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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Poesia...

Não aprecio poesia. Com isto quero dizer que não é um género literário que leia regularmente e devem-se contar pelos dedos da mão direita os livros de poesia em que já peguei na vida, para ler, tirando os obrigatórios na escola.

No entanto há dois poemas que sempre me acompanharam na vida.

Um deles é:
Fernando Pessoa

(digitalização de um recorte que me acompanha desde os anos 80 do século passado e que, quando digitalizado, recebeu o título "words to live by")

E o outro:

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade












10 comentários:

  1. Muito boa escolha o primeiro poema, também me tem acompanhado apesar de não ser fã de poesia. Não conhecia o segundo, muito bonito também.

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    1. Obrigada pela visita! Vale a pena o Carlos Drummond de Andrade, mas o do Pessoa é efectivamente fantástico, as melhores palavras de Liberdade!

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  2. Gosta, gosta ;), e a prova é este post. Avance pelo CDA, e vai ver que apanha o vírus.

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    1. O CDA? Cancioneiro de Amigo? A esses, na escola achava piada! Lá por casa já há quem tenha o virus, pode ser que um dia pegue!

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    2. Não, CDA - o Carlos Drummond de Andrade :)

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    3. Obrigada pela clarificação :-) (depois de responder ao comentário também me lembrei que podia ser antes esse.) :-)

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  3. Adorei o poema de Carlos Drummond de Andrade.
    Beijinho

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  4. parecem-me muito bem como premissa para a vida, essas palavras de liberdade e amor.

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