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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Julie & Julia - o filme (ou o que se faz num blog)**


Meryl Streep, no que me diz respeito, é a maior actriz americana viva e em “Julie & Julia” não deixa os seus créditos por mãos alheias, compondo uma personagem que nos leva às lágrimas, tal é o seu investimento nesta comédia, onde nos oferece o seu talento, jogando nessa área do sotaque que tanto gosta.



Julia Child (Meryl Streep) é esposa de um diplomata americano, Paul Child (Stanley Tucci). Neste relacionamento o amor é sublime, apesar de se terem casado já bastante tarde, ambos a navegar nos quarenta, sendo ela solteira e ele viúvo e, como não podia deixar de ser, Nora Ephron mostra-nos de forma soberba a intimidade/cumplicidade deste casal ao longo dos anos, especialmente a época em que ambos, por motivos profissionais, viveram em Paris.



Será precisamente na cidade das luzes que Julia Child irá despertar para a arte de bem cozinhar, depois de ter descoberto a maravilhosa cozinha francesa. Sendo ela uma dona de casa um pouco desocupada, decide inscrever-se numa escola de culinária profissional, onde vive a famosa “haute cuisine”, em que todos os elementos são homens, assistindo o espectador a umas aulas onde ela irá competir de forma soberba e excitante com os seus colegas, sendo memorável essa “arte de cortar cebola”. Iremos assim assistir à maravilhosa aventura de Julia Child no território da culinária e à sua luta para escrever um livro sobre a matéria, um percurso que se irá revelar difícil, mas por fim vitorioso, terminando a esposa do diplomata por conseguir ter um programa de culinária, repleto de humor, na televisão, que fará dela uma celebridade no meio.



Julie Powell é uma jovem que tem um trabalho temporário, num pequeno cubículo de um enorme escritório, atendendo reclamações relativas ao desastre do 11 de Setembro e que acaba sempre por se envolver nas dificuldades e tragédias de quem lhe telefona, ao contrário do pretendido pela direcção da empresa. Mas a sua vida irá ainda piorar quando, com o marido, decidem mudar-se para Queens, para viver por cima de uma pizzaria, numa casa velha e pequena onde o espaço oferecido não vai de encontro com os seus sonhos, até chegar esse dia em que irá redescobrir a famosa Julia Child. Decide então iniciar um blog e lançar um desafio a si mesma: fazer 524 receitas em 365 dias, ao mesmo tempo que mantém no blog uma espécie de diário onde vai contando a sua luta culinária.


Rapidamente esse desafio ultrapassa os limites impostos, transformando-se num verdadeiro diário de Julie Powell. A partir deste blog irá surgir o livro de relato destas experiências culinárias onde aparecem, em algumas páginas, citações quer de Julia Child quer de cartas escritas por ela e também pelo seu marido Paul.

Se por um lado iremos conhecer a vida do casal Child, repleta de amor e ternura, por outro iremos acompanhar a luta de Julie Powell para levar avante o seu projecto, muitas vezes com diversos dissabores: problemas económicos e o desespero do companheiro com os gastos da mulher no projecto, a luta com lagostas vivas, boeuf bourguignon esturricado.



Nora Ephron, que se tem revelado uma cineasta de mulheres, consegue mais uma vez oferecer-nos o retrato perfeito da difícil arte de amar, construindo uma película agradável de ver sendo, mais uma vez, o seu trunfo a excelente direcção de actores e o brilhante argumento.

“Julia e Julie” oferece-nos o talento de Meryl Streep, muito bem acompanhada pelo experiente Stanley Tucci e pela novata Amy Adams. Nas palavras da própria Julia Child: Bon Appetit!

Notas:
Realizadora: Nora Ephron / Origem: EUA / Ano: 2009 / Duração: 123 min
Actores: Meryl Streep, Amy Adams, Stanley Tucci, Chris Messina

4 comentários:

  1. Um filme fabuloso e inesquecível, que nos conta uma maravilhosa história e onde o trunfo reside precisamente no naipe de actores que dão rosto às respectivas personagens. E ao vermos aqui lado a lado as fotos dos interpretes e dos protagonistas só podemos dizer que não arranjavem melhor. Meryl Streep e Stanley Tucci estão soberbos e Amy Adams revela aqui que se tem de contar com ela, já a realizadora Nora Ephron, como referes bem, é uma cineasta de mulheres, que se tem revelado uma excelente "contadora de histórias" na difícil Arte do Cinema. Tenho que confessar que adoro este filme e depois de o ver fico sempre cheio de fome;)
    Beijinhos

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    1. Vale a pena rever! E comer qualquer coisa a seguir ;-)
      Bj

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  2. Vi o filme há uns anos( 3...4...) e gostei muito. Sou uma fã incondicional da Meryl Streep.
    Boa tarde:)

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    1. Obrigada pela visita! Também sou fã! :-)
      Bom fim de semana

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