Um dos primeiros livros que li este ano foi este "Poirot and Me", escrito pelo seu mais que brilhante interprete David Suchet.
A personagem de Hercule Poirot foi criada por uma das autora que me tem acompanhado ao longo da vida, Dame Agatha Christie. Tendo numa primeira fase lido, através da biblioteca do
sítio onde morava e de umas férias em casa dos tios de Leiria, todos os livros
publicados, ao longo dos anos fui adquirindo os seus livros, nomeadamente
aqueles onde consta o meu detective de eleição, Hercule Poirot.
Os filmes que o ilustravam poucas vezes correspondiam à
"realidade" escrita por Dame Agatha, nomeadamente os
protagonizados pelo brilhante, mas nada meticuloso, Peter Ustinov (o melhor
Nero de todos os tempos). O que esteve mais perto da "realidade", em
filme, foi Albert Finney em "Crime no Expresso do Oriente", de Sidney
Lumet, com um elenco de grandes estrelas como Sean Connery ou Ingrid Bergman.
Se bem que corra que Dame Agatha cedo se fartou do pequeno
detective belga, "cabeça de ovo", a verdade é que o público não se
cansou nunca dele e, eis se não quando, decidem fazer uma série com as
"suas" histórias na televisão britânica.
As séries britânicas foram desde sempre, para mim, sinónimo
de qualidade (e se para uma geração mais recente "Downton Abbey é o
exemplo, eu posso citar, entre outras que vi: "Reviver o Passado em
Brideshead", "I Claudius", "A Família Bellamy, etc, etc)
"Agatha Christie's Poirot" viu assim a luz do dia
ainda nos anos 80 (1989) e acompanhou-nos durante cerca de 25 anos.
"Poirot and Me" conta a história destes 25 anos do ponto de vista do
seu actor principal, David Suchet.
Com a benção inicial (e continuada) da filha de Dame Agatha
e do marido, os responsáveis pelo seu legado, David Suchet foi o escolhido para
representar o Detective Belga por Brian Eastman, produtor de muitos dos
episódios.
Acompanhamos a dedicação deste actor à sua personagem, bem
como ao legado Agatha Christie e percebe-se bem como ele tentou (e conseguiu
brilhantemente, na minha opinião) ser fiel, começando por se inteirar de todas
as idiossincrasias da personagem, através dos livros escritos, bem como trabalhando
a voz, a pronúncia e até o andar.
Percebe-se pelo testemunho por ele escrito o quanto Poirot
acompanhou a vida de milhões de telespectadores, através da "caixa que
mudou o mundo". Nos intervalos entre interpretações do pequeno belga, David Suchet dedicou-se ao teatro (sempre na incerteza de uma nova temporada na TV),
chegando a ter espectadores na plateia que não percebiam nada do que estava a
ser declamado, mas que se deslocavam entre países para assistirem ao
"Poirot" em palco, mesmo que este estivesse a fazer de "James
Tyrone" numa peça de Eugene O'Neill.
Por opção a última temporada, na qual se filmaram as
histórias que faltavam ao detective belga, começa com a gravação de "Cai o
Pano" / "Curtain-Poirot's Last Case"e percebe-se bem como foi difícil não só a David Suchet, como a
todos os envolvidos nesta enorme produção filmar o desaparecimento de uma
personagem tão querida. O último episódio a ser filmado "Dead Man's
Folly" (Poirot e o Jogo Macabro) utilizou a casa de férias de Dame Agatha
como cenário, tendo o neto de Agatha Christie, Mathew Prichard, feito o discurso
de despedida.
Ainda não o li, mas vou ler depois de ter visto este post! =)
ResponderEliminarBeijinhos
Obrigada pela visita! Vale mesmo a pena a leitura!
EliminarUma justa homenagem, Paula!
ResponderEliminarTenho o livro e já o li.
Quando era adolescente, lia os livros de AC pelas madrugadas dentro. E adoro esta série com o David Suchet, da qual tenho alguns DVD's. David Suchet, para mim, é o Hercule Poirot, por excelência. E já que falamos em séries, há actores e actrizes que não esqueço: a Joan Hickson, para mim, a Miss Marple por excelência e o Jeremy Brett, o melhor Sherlock Holmes de sempre.
Ao ler o teu post, fiquei nostálgica. Gosto imenso do "Upstairs, Downstairs" e do "Reviver o Passado em Brideshead", tendo já revisto o primeiro várias vezes. Tb gostei da retoma que fizeram em 2010 e tive pena que não lhe dessem continuidade (achei bem mais interessante que o "Downton Abbey", mas este teve audiências maiores).
Obrigada pela visita! É tão interessante o livro, não é verdade? Vi as séries de que falas (e eu falo) e tantas outras. Qualidade é difícil de atingir hoje em dia. Parece-me que cada vez há mais meios, mas faltam ideias.
EliminarO Jeremy Brett é, sem bombra de dúvida O Sherlock, embora saiba que o que faz agora é bom actor, mas um Sherlock de telemóvel na mão? Nah, não é convincente. Tenho pena que cada vez mais nos balizemos por baixo, em vez de se exigir excelência. Encolhe-se os ombros e anda-se para a frente!
Conheces a "Candice Renoir"? As séries francesas costumam ser boas e esta é excelente.
Sherlock Holmes de telemóvel na mão?! Estás a brincar...Quer dizer, sei que não estás. Ai que triste!
EliminarNão conheço a "Candice Renoir". Irei pesquisar. Grata pela sugestão. :-)
Boa noite!
Verdade, verdadinha, nesta nova série com o Benedict Cumberbach. O rapaz até é bom actor, mas Sherlock é Jeremy Brett!
EliminarUm livro magnifico escrito por um grande actor que nos fala da personagem que criou e com quem viveu ao longo de décadas, simplesmente genial! Um livro idêntico à inesquecível interpretação de Monsieur David Hercule Suchet Poirot!
ResponderEliminarBeijinhos
Obrigada pela visita! Verdade no que dizes! ;-)
EliminarGosto muito da Agatha Christie, do Poirot, deste actor e desta série. E achei imensa piada ao detalhe que colocou no fim - nunca reparei e agora tenho de rever esse filme! Boa tarde!
ResponderEliminarObrigada pela visita! Nós adoramos rever todos os filmes do Poirot, até aqueles com o Peter Ustinov! Bom dia!
EliminarGostei bastante da série. E concordo, David Suchet é um Poirot que não esquece.
ResponderEliminarObrigada pela visita! É mesmo!
Eliminar