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quinta-feira, 5 de novembro de 2020



"... Se não tivermos sido capazes, desde os primeiros computadores em 1983, de reciclar constantemente a nossa memória informática, passando de uma disquete flexível a uma disquete de formato mais reduzido, depois a um disco e agora a uma pen, teremos perdido por repetidas vezes os nossos dados, parcial ou integralmente. Isto porque, como é óbvio, nenhum computador consegue ler as primeiras disquetes, que pertencem já à era pré-histórica da informática. Procurei desesperadamente uma primeira versão do meu O Pêndulo de Foucault que gravei em disquete na década de 84 ou 85, sem sucesso. Se tivesse dactilografado o meu romance à máquina, ainda o teria." - Umberto Eco

Umberto Eco / Jean-Claude Carrière
“Não Contem com o Fim dos Livros”
(Pág. 263)
Gradiva

8 comentários:

  1. Basta um click e a memória do mundo é apagada, vivemos tempos perigosos.
    Num segundo uma entidade (des)conhecida pode apagar tudo o que escrevemos na net. Umberto Eco era um visionário que nos faz muita falta.
    Muito bom dia!

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    1. Considerar o que se lê na net, incluindo redes sociais, a verdade absoluta é do mais errado que existe. E a possibilidade de se apagar o correcto e acrescentar irrealidades é tão errado quando o anterior.
      Bom dia

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  2. Tenho de ler esse livro! E o texto é muito verdadeiro, como seria de esperar de quem o escreveu. Já perdi tanta informação... Bom dia!

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    1. Vale a pena. A conversa en te Eco e Carriére flui!
      Bom dia

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  3. Já tive dois computadores que deram o berro e nada se aproveitou. Quando eu fazia fichas não as editava fora. E quanto ás fotos, tirava menos mas fazia-as em papel...
    Boa tarde!

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    1. Eu opto pela cópia da cópia do que acho importante (as fotos, parte essencial da minha memória). Temos tido alguma sorte lá por casa com os computadores e perdido pouco... mas nunca se sabe o que nos espera! Adoro ver fotos em papel, desfolhar os albuns, nada mais agradável :-)
      Bom dia

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  4. Já tenho esse livro há muitos anos e está cheio de sublinhados :-)
    Tenho saudades do meu windows 98, mas ficou lá tanta coisa...
    E dos videogravadores (Beta e depois VHS), tantas K7 com filmes tão bons que ficaram pelo caminho.... estou farta destas novas tecnologias que não consigo dominar e estou muito longe dos amigos que sabiam sempre mais que eu e me explicavam tudo: estou a ficar velha, tout court. :-(

    Boa noite!
    (aqui chove a potes)
    🌧️☔🌧️

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    1. Este livro já vive cá em casa à alguns anos, mas só lhe peguei agora. Eco é um dos nossos favoritos e o Carrière é muitíssimo interessante, ambos amantes de livros.
      Lá pela arrecadação acho que ainda andam umas cassetes VHS dos filmes favoritos do rapaz... o video também, mas acho que já não marcha. É bom sempre ter alguém que explique. Lá por casa cabe-me essa parte :) Não é velhice, é cansaço da inutilidade. Se o que existe funciona perfeitamente, porque precisamos da corrida desenfreada à novidade?
      Bom dia
      (chove, já trovejou e avizinha-se um dia de Outono do mais cinzento)

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