Os autores deste blogue escrevem de acordo com a antiga ortografia.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Don Mclean - "Starry Night"


Uma das mais belas homenagens em música ao meu pintor favorito, Vincent Van Gogh. Um destes dias ainda me lanço a bordar um dos seus quadros, caso encontre o esquema!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

"Elle s'appelait Sarah" - Tatiana de Rosnay**

Há temas das história do mundo, do passado séc XX, que me incomodam profundamente (como acredito que aconteça à maioria das pessoas). O período negro da 2ª Guerra Mundial e todo o movimento de extermínio de judeus, ciganos, homossexuais, feitos pelo regime nazi alemão é dos mais perturbantes, de tal forma que há filmes que não consegui ver na sua totalidade, como "O Pianista", de Roman Polanski, baseado em factos verídicos e tendo até o próprio cineasta vivido em criança no guetto de Varsóvia, de tão má memória.

Já há uns meses, a fazermos zapping, descobrimos o filme que tem por base o livro do título do post, "Elle s'Appelait Sarah", cuja edição portuguesa se intitula "A Chave de Sarah", embora o filme se chame "O seu nome era Sarah", com Kirstin Scott Thomas no elenco, de quem somos fãs e rapidamente ficámos colados ao ecrã; desta vez consegui resistir e ver o filme até ao fim. A história passa-se em dois tempos, 1942 e a actualidade.
O período de 1942 relata os factos verídicos ocorridos nesse ano em que foi montada uma operação de captura de todos os judeus existentes na grande Paris por parte das autoridades francesas a mando do Marechal Pétain, e com a posterior entrega dessas pessoas aos alemães, que os irão levar para campos de concentração. O período da actualidade trata da investigação feita por uma jornalista (Kirstin Scott Thomas, no filme), desse momento negro da história de França.

E se alguém duvida destes acontecimentos ainda, devia ler este e outros livros sobre o assunto ou ver alguns dos documentários que por vezes passam nos nossos canais, especialmente na "RTP 2".

"De 1942 a 1944, mais de 11.000 crianças foram deportadas de França pelos nazis com a participação activa do governo de Vichy e assassinados nos campos da morte por terem nascido judeus. Mais de 500 destas crianças viviam no 3éme (bairro de Paris). Muitos deles frequentaram as Escolas Elementares Filles et Garçons PD. de Beranger.
Não os esqueçamos nunca"
Descobri Tatiana de Rosnay num programa literário francês em que ela apresentava o seu livro "Manderley Forever", a biografia de Daphne du Maurier, uma das minhas escritoras favoritas, autora entre outros de "Rebecca" e "Pousada da Jamaica". 
Tatiana de Rosnay e  Mélusine Mayance (a intérprete da "Sarah" no filme)

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Melinda e Melinda / Melinda And Melinda


Já perdi o conto às vezes em que estive sentada com amigos à volta de uma mesa, na qual era contada uma história. Mais tarde ou mais cedo a mesma história voltava à baila mas já numa nova versão, talvez mais elaborada, com novos detalhes e, quem sabe, personagens. Todos nós já vivemos esta situação ao longo da vida, seja através de uma simples anedota ou através de situações bastante sérias e sabemos bem como, por vezes, diversas versões da mesma história podem ser algo simples ou algo de muito mais dramático, porque os que contam a história também têm uma versão diferente nesse território chamado "a verdade dos factos".

Ora é desta base que parte o filme de Woody Allen, "Melinda & Melinda", recorde-se que esta película ainda foi realizada em território americano, já que entretanto optou por viver em Inglaterra devido a esses acontecimentos da sua vida privada tão retratados pela imprensa, dando até origem a diversos livros, aliás recomenda-se vivamente a leitura de "The Unruly Life of Woody Allen" da Marion Meade... uma obra incontornável para os apreciadores do cineasta, mas também para todos os cinéfilos.


Não posso cair no exagero de o considerar o melhor filme que já fez (ainda há pouco tempo passou novamente, num canal de TV, o magnífico "Hannah and Her Sisters" / "Ana e Suas Irmãs", com um fabuloso Michael Caine, sem esquecer o seu tributo à cidade das Luzes em "Meia Noite em Paris"), mas está seguramente entre os melhores, com o bónus, como dirão alguns, de o senhor já não participar como actor.


Parte-se assim, então, de uma conversa entre quatro amigos numa mesa de café/restaurante, em que um escreve textos/peças dramáticas e o outro textos/peças de comédia (Wallace Shawn). Analisam os quatro a possibilidade de uma mesma história poder ser um drama ou uma comédia e assim começam as duas histórias de Melinda (interpretada quer numa quer na outra por Radha Mitchell).

Imaginem então um jantar, no qual se pretende impressionar um dos convidados, onde cai de "pára-quedas" uma visita inesperada, Melinda. A partir daí tudo se complica em relação ao motivo do jantar (já que o objectivo era conseguir-se um papel num filme - drama, ou o financiamento para um filme - comédia), mas sobretudo no que diz respeito à vida das diversas personagens quer da comédia quer do drama.
Estabelecem-se relações. Estas findam. A teia de amores, desamores e as tragédias da vida comum estão todas aqui muito bem retratadas, será a vida um drama ou uma comédia?


Com um elenco sem estrelas de destaque na altura (o filme é de 2004), mas onde se nota a importância de alguns dos intervenientes, nomeadamente Will Ferrell que nos surpreendeu pela contenção (conhecido sobretudo do programa de humor "Saturday Night Live"), que como Hobie (a sua personagem no filme), pode ser considerado um digno sucessor de Allen e suas personagens problemáticas.

Aprende-se, se é que já não aconteceu a muito boa gente ao longo da vida, que a frase "Estas coisas acontecem" pode ser usada tanto no feminino como no masculino.

Para aqueles que não viram este "Melinda e Melinda", recomendamos a sua visão, para os outros que conhecem o filme nunca é demais revê-lo porque nele está a arte do cineasta. Woody Allen, contra ventos e marés, continua a realizar um filme por ano e embora se possa achar que a qualidade dos filmes é oscilante, temos que lhe tirar o chapéu pelo esforço e perseverança.

Notas:
Realizador: Woody Allen / Origem: EUA / Ano: 2004 / Duração: 99 min
Actores: Radha Mitchell, Will Ferrell, Amanda Peet

domingo, 20 de novembro de 2016

Lembrança de Casamento - Paula e Rui


Aparentemente, segundo as "etiquetas", fazemos "Bodas de Seda ou Ónix".

Esquema feito para oferta aos convidados do nosso casamento, em conjunto com um belíssimo conto escrito pelo meu Cavaleiro Andante. Este esquema constava de um anexo a uma revista, ambos perdidos na espuma dos dias!

Gostamos ambos do: "E viveram felizes para sempre!"

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

"A Juventude de Jane" / "Becoming Jane"

O único retrato que se conhece de Jane Austen,
feito pela irmã e que se encontra na National Portrait Gallery
A literatura britânica sempre me fascinou, séc XIX sobretudo. Se durante a adolescência as irmãs Bronte exerceram o seu poder apelativo, com “Jane Eyre” e “O Monte dos Vendavais”, após ter visto a adaptação para televisão de “Orgulho e Preconceito”, Jane Austen passou a ser a favorita. Autora apreciada por milhões, em todo o mundo, todas as suas obras já tiveram adaptação ao cinema ou à televisão.



Tudo isto a propósito da passagem a filme da história da sua entrada na idade adulta em “Becoming Jane”. O título em português pode assim induzir em erro, porque é efectivamente a passagem à idade adulta e não a juventude que é retratada e para a época em que a autora vivia esta mudança era muito importante. A sua busca incessante quer pelo amor, quer pela possibilidade de se poder expressar e viver livre numa sociedade em que a mulher tinha uma função meramente decorativa.

Reza a história que foram vários os pretendentes de Miss Jane Austen. Para o bem-estar familiar da época, o ideal seria um casamento em que uma fortuna estivesse envolvida, já que a família Austen tinha uma situação material muito complicada.



Eis que aparece o sobrinho de Lady Gresham (uma Maggie Smith imponente). A proposta de casamento surge, mas ao mesmo tempo nasce a descoberta do amor na pessoa de Mr. Tom Lefroy (James McAvoy, descoberto por muitos em “O Último Rei da Escócia), amigo de um dos irmãos de Jane e parente de uma das famílias ricas da região, mas totalmente dependente de um tio rico, Juiz Langlois (o veterano Ian Richardson), que o sustenta no curso de Direito em Londres, no qual é finalista.


Para o papel de Jane Austen foi escolhida Anne Hathaway ("O Diabo Veste Prada", "Diário de uma Princesa" e “Olho Vivo”), não estando a escolha isenta de polémica, já que mais uma vez uma americana é escolhida para representar o papel de uma inglesa de “gema”. Veja-se a escolha de Renée Zelwegger para “O Diário de Bridget Jones” (filme/livro no qual é feita uma homenagem a Jane Austen, já que uma das personagens principais masculinas se chama Mark Darcy, tal e qual a personagem principal de “Orgulho e Preconceito” e Colin Firth foi aqui, tal como na adaptação televisiva do romance de Austen, o escolhido para dar vida ao personagem).



Embora a proposta de casamento seja aceite, o amor fala mais alto e Jane foge com Mr. Lefroy. Ao descobrir, durante a fuga, a realidade económica da família mais directa do seu apaixonado, totalmente dependentes deste e da mesada que o mesmo tem, dada pelo tio juiz, Jane recua e volta a casa desiludida.

Talvez devido a este grande amor, nunca concretizado, Jane Austen nunca se casou. No entanto, o sucesso das suas novelas torna-a uma mulher rica e famosa. Ao contactar com uma das autoras de sucesso da sua época, Mrs. Radcliffe, fica a saber que a vida familiar e em sociedade duma mulher autora e casada não é nada fácil, já que a não aceitação pela sociedade que os rodeia se estende aos maridos.

Pensarmos no que um James Ivory ou Ang Lee poderiam ter feito com esta biografia ficcionada de Jane Austen!! Julian Jarrold, o realizador, é um daqueles cineastas oriundos da televisão que, depois desta película, decidiu passar ao grande écran aquela que é possivelmente a série mais famosa de sempre da BBC: “Brideshead Revisited”; recorde-se que foi aqui que todos descobrimos a genialidade de Jeremy Irons. Nesta visita a Jane Austen ele executa o seu trabalho bem, mas sem qualquer rasgo de génio ou com aquela subtileza que um filme de época exigia.



Alguns dos secundários são nossos conhecidos: Julie Walters, que faz a mãe de Jane Austen, destacou-se em “A Educação de Rita” e "Billy Elliot", bem como sendo a mãe dos ruivos Weasley em todos os Harry Potter’s, para além de dar uma grande ajuda à “amiga” Meryl Streep em “Mamma Mia”; o pai de Jane, James Cromwell, aparece como o dono inesquecível de “Um Porquinho Chamado Babe”  ou ainda o pai de George Bush no filme "W" de Oliver Stone.

“Becoming Jane” proporciona uma tarde ou serão bem passados, revelando alguns dos segredos de uma das autoras mais lidas no mundo.

Notas:
Realizador: Julian Jarrold / Origem: Inglaterra / Ano: 2007 / Duração: 120 min
Actores: 
Anne Hathaway, James McAvoy, Julie Walters, James Cromwell, Maggie Smith, Ian Richardson.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Cascais - Parque Marechal Carmona

Este é um daqueles jardins em que apetece sempre estar.
Vizinho ao Museu dos Condes Castro Guimarães, com o qual partilha o jardim, por aqui se pode passear, ler, ou só estar, vendo devagar a vida a passar ao ritmo das tartarugas (ou serão cágados) que por lá andam.





Fotos PNLima

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Jardin d'Aclimatation - Paris

Como já tinha dito por aqui, fomos espreitar a Fundação Louis Vuitton, tendo escolhido como acesso o Jardin d'Aclimatation. 
Aproveitámos para ficar a conhecer também parte deste enorme espaço, que inclui um mini-zoo, bem como um passeio de barco por um mini-canal bem antigo, podendo ver-se diversas fotografias da época em que foi inaugurado, ou ainda diversos carrocéis para os mais pequenos se divertirem. Por aqui voltámos a encontrar os célebres espelhos, idênticos aos da antiga Feira Popular, nos quais nos sentimos mais ou menos elegantes, conforme a imagem projectada.

Um espaço a visitar, sem dúvida!






sábado, 12 de novembro de 2016

Robbie Williams - Swing When You're Winning


O "Great American Song Book" é daquelas pérolas onde podemos ir recolher músicas que gostamos de ouvir a qualquer momento.

Robbie Williams, de quem se pode ou não gostar na sua faceta mais pop, consegue aqui um dos seus melhores momentos de carreira, ao escolher canções que lhe pertencem, mas homenageando ao mesmo tempo o mais que famoso "Rat Pack": Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr.

Escolhidos a dedo, estão neste CD pérolas como: "It Was a Very Good Year", cantado a meias, graças às maravilhas da tecnologia, com o Mr. Blue Eyes himself, Frank Sinatra de seu nome; "Somethin'Stupid", cantado a meias com Nicole Kidman (no original, cantado por Frank Sinatra e pela filha Nancy), ou dois dos meus mais que favoritos "Mr. Bojangles" (uma das versões mais conhecidas e que me comove sempre que oiço é a de Sammy Davis Jr., que o meu pai assobiava na perfeição, como ele) e "Well, Did You Evah" (no original por Frank Sinatra e Bing Crosby, na banda sonora do filme "Philadelphia Story" / "Casamento de Alta Roda" - remake de "Casamento Escandaloso").

Este CD fez-me companhia cá em casa um destes dias em que os trabalhos domésticos puxavam a ouvir uma música tranquila, daí a memória.

Vale a pena ouvir "Swing When You're Winning" e sing ou swing along.


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Museu do Desporto

Já visitaram?

Nós aproveitámos um dos dias das férias de Setembro para passar por lá, no Palácio Foz, já que tinhamos bilhetes oferecidos na visita à exposição "Rio Abaixo Rio Acima", no Torreão Poente do Terreiro do Paço.

Admiramos os desportistas portugueses, que tudo fazem para honrar o nosso país e se só nos lembramos dos mais recentes, como por exemplo a medalhada de bronze nos Jogos Olímpicos deste ano, Telma Monteiro, por lá podemos ver que os nossos feitos no desporto já vêm de longe, por gente apaixonada e dedicada.


O edifício merece a visita, já que o Palácio Foz tem recantos bem bonitos, como estes:




Eu acho que vale a pena lá ir!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

"Rio Abaixo Rio Acima - Ontem e Hoje" (Exposição Desportos Náuticos no Rio Tejo)

Já não é a primeira vez que encontramos exposições interessantes no Torreão Poente do Terreiro do Paço. Desta vez visitámos a exposição "Rio Abaixo Rio Acima - Ontem e Hoje", na qual se destacavam os Desportos Náuticos no Rio Tejo e onde até pude ver como a Praia de Algés, agora interdita a banhos, foi ponto de passagem de muito boa gente que só queria aprender a nadar.






Fotos: PNLima

terça-feira, 8 de novembro de 2016

"Home Sweet Home"


Há revistas que trazem esquemas ou mini-kits gratuitos para entusiasmar os compradores. A alguns eu não resisto, embora seja cada vez mais raro encontrar por cá as minhas revistas preferidas de ponto cruz.

Este é um mini-kit da revista "Cross Stitch Crazy" nº 218, em que o lema se aplica perfeitamente a nós!

Foto: PNLima

domingo, 6 de novembro de 2016

Máquina de Costura (2009)**


Kit Anchor (encontrado por mero acaso numa das grandes superfícies, onde nunca mais vi tal à venda), "Sewing Lesson" foi a prenda mais que perfeita para dar à minha mãe, em 2009, já que esta máquina é tal e qual a Singer antiga que ela tinha, de pedal (substituída entretanto por uma a motor). 

Tantos vestidos, como  saias, calças e blusas saíram deste máquina... até um vestido de noiva que em miúda me ficou na memória. E eu a aprender a tirar os moldes da revista, colocar no tecido, marcar, alinhavar e até a provar! Pena foi que a minha falta de coordenação não me tenha permitido aprender a coser à máquina; tentei na de pedal e falhei; na de motor nem pensar que as mãos iam atrás do tecido e corri o risco de coser uns dedos ao tecido! :)

Foto: PNLima

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

"Poirot and Me" - David Suchet**


Um dos primeiros livros que li este ano foi este "Poirot and Me", escrito pelo seu mais que brilhante interprete David Suchet.

A personagem de Hercule Poirot foi criada por uma das autora que me tem acompanhado ao longo da vida, Dame Agatha Christie. Tendo numa primeira fase lido, através da biblioteca do sítio onde morava e de umas férias em casa dos tios de Leiria, todos os livros publicados, ao longo dos anos fui adquirindo os seus livros, nomeadamente aqueles onde consta o meu detective de eleição, Hercule Poirot.

Os filmes que o ilustravam poucas vezes correspondiam à "realidade" escrita por Dame Agatha, nomeadamente os protagonizados pelo brilhante, mas nada meticuloso, Peter Ustinov (o melhor Nero de todos os tempos). O que esteve mais perto da "realidade", em filme, foi Albert Finney em "Crime no Expresso do Oriente", de Sidney Lumet, com um elenco de grandes estrelas como Sean Connery ou Ingrid Bergman.


Se bem que corra que Dame Agatha cedo se fartou do pequeno detective belga, "cabeça de ovo", a verdade é que o público não se cansou nunca dele e, eis se não quando, decidem fazer uma série com as "suas" histórias na televisão britânica.

As séries britânicas foram desde sempre, para mim, sinónimo de qualidade (e se para uma geração mais recente "Downton Abbey é o exemplo, eu posso citar, entre outras que vi: "Reviver o Passado em Brideshead", "I Claudius", "A Família Bellamy, etc, etc)

"Agatha Christie's Poirot" viu assim a luz do dia ainda nos anos 80 (1989) e acompanhou-nos durante cerca de 25 anos. "Poirot and Me" conta a história destes 25 anos do ponto de vista do seu actor principal, David Suchet.

Com a benção inicial (e continuada) da filha de Dame Agatha e do marido, os responsáveis pelo seu legado, David Suchet foi o escolhido para representar o Detective Belga por Brian Eastman, produtor de muitos dos episódios.


Acompanhamos a dedicação deste actor à sua personagem, bem como ao legado Agatha Christie e percebe-se bem como ele tentou (e conseguiu brilhantemente, na minha opinião) ser fiel, começando por se inteirar de todas as idiossincrasias da personagem, através dos livros escritos, bem como trabalhando a voz, a pronúncia e até o andar.

Percebe-se pelo testemunho por ele escrito o quanto Poirot acompanhou a vida de milhões de telespectadores, através da "caixa que mudou o mundo". Nos intervalos entre interpretações do pequeno belga, David Suchet dedicou-se ao teatro (sempre na incerteza de uma nova temporada na TV), chegando a ter espectadores na plateia que não percebiam nada do que estava a ser declamado, mas que se deslocavam entre países para assistirem ao "Poirot" em palco, mesmo que este estivesse a fazer de "James Tyrone" numa peça de Eugene O'Neill.

Por opção a última temporada, na qual se filmaram as histórias que faltavam ao detective belga, começa com a gravação de "Cai o Pano" / "Curtain-Poirot's Last Case"e percebe-se bem como foi difícil não só a David Suchet, como a todos os envolvidos nesta enorme produção filmar o desaparecimento de uma personagem tão querida. O último episódio a ser filmado "Dead Man's Folly" (Poirot e o Jogo Macabro) utilizou a casa de férias de Dame Agatha como cenário, tendo o neto de Agatha Christie, Mathew Prichard, feito o discurso de despedida.


Nota: David Suchet fez de inspector Japp ao lado de Peter "Poirot" Ustinov em "A Morte de Lord Edgware" ("Thirteen at Dinner"), filme onde entra também Faye Dunaway.

terça-feira, 1 de novembro de 2016