Os autores deste blogue escrevem de acordo com a antiga ortografia.

domingo, 29 de abril de 2018

Um marcador


Este foi um daqueles marcadores que me deu muito prazer fazer, não só pela beleza do esquema, como por saber que quem o ia receber o apreciaria devidamente, já que arte e livros fazem parte da sua vida.

Esquema retirado da revista "The World of Cross Stitching", nº 266, sendo o design de Joan Elliott.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Tinha sete anos no 25 de Abril....


É verdade, no 25 de Abril de 1974 tinha sete anos, estava na segunda classe e lembro-me de a minha irmã mais velha me ir buscar à escola, que ficava bem perto de casa, tendo ela dito à professora que ia buscar a Paula porque parecia haver uma revolução. E os aviões a passar por cima da escola, a fazer barulho.

Mais tarde apareceu o meu pai, que tinha atravessado normalmente a cidade, para o seu trabalho na Rua de Ponta Delgada (saia sempre bem cedo de casa). Estranhou os colegas não aparecerem, até que o patrão chega e o manda embora, porque "parecia haver uma revolução".

Os dias que se seguiram foram de muitas notícias na televisão e poucos desenhos animados, para tristeza dos mais pequenos. 44 anos depois, e embora se ouça muito por aí "no meu tempo é que era", continuo a gostar de viver em liberdade! (juventude que porventura me leia, aproveitem bem, porque nem vos passa pela cabeça "como era"!)

Salgueiro Maia (foto retirada da net)
E que orgulhosos estavam os meus pais, quando foram votar em liberdade pela primeira vez!

No primeiro aniversário do 25 de Abril, o meu pai pôs o gravador de pistas à janela, à meia noite, com a Grândola a tocar bem alto (versão magnífica do coro da Armada Soviética, gravada da televisão, registo do espectáculo dado no Coliseu)!

25 de Abril, sempre!

"Daqui, posto do comando das Forças Armadas..."



Às 23h50 de 24 de Abril de 1974, enquanto eu dormia, Paulo de Carvalho cantava na rádio "E Depois do Adeus". Mal sonhava eu como o dia seguinte iria ser tão diferente, sem desenhos animados, mas com a liberdade a sair à rua!

sexta-feira, 13 de abril de 2018

O Pedro....

Por estes dias (e desde segunda-feira, 9 de Abril) há uma canção do Sérgio Godinho que roda na minha cabeça, embora eu lhe mude os versos: No original são "porque hoje fiz um amigo, coisa mais preciosa do mundo não há" (Com um Brilhozinho nos Olhos). Os versos nestes dias, para mim, são: "porque perdi um amigo, das coisas piores do mundo que há!"

Tudo isto para falar do meu amigo Pedro Guerreiro, que fiquei a saber, no dia dos seu aniversário, ter partido (para um local melhor, esperamos todos que assim seja) do mundo terreno.

Durante anos da minha vida o périplo era feito entre Algés, onde morava e Linda-a-Velha onde estudava. Não me lembro quando começou, mas as aulas de manhã originavam tardes de lazer e depois dos deveres estudantis e filiais cumpridos, o destino invariável era a Tá-Mar ou o Caravela, sendo a primeira a nossa favorita. Longas as tardes de conversa em grupo, à volta de um café, em que um e outro se iam juntando ao grupo, chegando a ser 20 à volta de uma mesa, com uma única bica (Raro se consumia outra coisa, mas que os nossos olhos cobiçavam a montra dos bolos - com os Garibaldis à cabeça, não haja dúvida). Alguns protestos dos empregados, mas havia por lá um deles que tinha filhas no mesmo liceu e tentava apaziguar os colegas (para quem conheceu a Tá-Mar o nosso poiso era sempre na sala do meio, sendo a de um dos lados salão de chá, para os mais chiques e do outro lado a sala para os mais "radicais").
Támar - Foto retirada da página FB "A Gazeta de Miraflores"
Não consigo precisar a data em que o conheci, mas parece que esteve sempre lá, de uma geração mais velha, mas que adorava conversar com pessoas de qualquer nível etário. Com ele aprofundei descobertas de música clássica (filho do tenor Armando Guerreiro - e que orgulhoso estava por Linda-a-Velha ter dado o nome de uma rua ao seu pai) e aprendi que os actores não fazem papéis pequenos porque querem, mas também porque é necessário sustentar a família (a mãe, Maria Salomé Guerreiro, actriz, declamadora e encenadora, fazia por essa altura um papel pequeno na telenovela Vila Faia, a primeira feita em Portugal que arrastou multidões). Falava-se de tudo e de nada e mesa onde estivesse não faltava assunto. Gargalhámos com as frases do Millôr Fernandes, do livro que lia na altura ou das piadas do Juca Chaves e com ele descobri o Júlio Machado Vaz, que na altura fazia o programa "O Sexo dos Anjos" numa rádio local. A paciência que era precisa quando o vencedor da Fórmula Um não era o seu favorito 😊

Na Támar, com José Viana, que a pedido do Pedro, nos deu um autógrafo.

As opções profissionais levaram-no para o sul do país e até Espanha e durante quinze anos não nos cruzámos. As redes sociais, tão amaldiçoadas, permitem-nos reencontrar bons velhos amigos e assim foi, no final de 2017, descobrindo nós que estávamos muito mais perto do que pensávamos. O encontro para o tal café foi possível já em 2018 e que bom foi abraçar um velho amigo. Até o rapaz lá de casa, que até aí só tinha ouvido falar do Pedro, achou que tinha encontrado um amigo, já que a geração e gostos eram os mesmos.

No dia do seu aniversário soube que tinha partido há já uns largos dias e pela segunda vez em todos estes larguissimos anos falei com a mãe do Pedro, que me disse  não ter dúvidas de quanto o filho era querido por todos que durante tantos anos com ele conviveram. Fazes falta amigo!

quarta-feira, 11 de abril de 2018

De longe vieram prendas...


Por pura distracção, esqueci-me de publicar um belo "molho" de prendas que recebi no meu aniversário. A minha amiga S. decidiu obsequiar-me com algumas das coisas que mais gosto: revistas de ponto cruz (uma inglesa e uma holandesa) e marcadores para os livros.

Um dos marcadores é particularmente especial, já que marca uma data na História. Posso agora afirmar que sou detentora de um pedaço daquele Muro que, em Berlim, separava o mundo .


sexta-feira, 6 de abril de 2018

terça-feira, 3 de abril de 2018

Outro pinguim...



aqui tinha mostrado uma fralda com um pinguim, em azul, retirado da revista ""Borduurblad" nº 83. Eis a versão em vermelho!